domingo, 26 de outubro de 2008

Solidão

A solidão.
Uma palavra curiosa e, por incrível que pareça, difícil de definir.Para muitos a solição é caracterizada pela ausência de companhia, pela ausência de qualquer outra pessoa, seria o isolamento. Claro que deve ser mesmo, pelo menos para muitas pessoas essa é com certeza a melhor definição da palavra, mas não é a única e, com certeza, não é a minha.
Ontem me peguei pensando justamente nisso. Estava, num sábado à noite, conectado a internet e ao mesmo tempo sentindo uma solição profunda. Não é paradoxal que ao mesmo tempo em que entre na rede mundial de computadores, onde a distância não tem sentido algum, onde consigo falar com qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo, eu me sinta tão solitário? Tenho certeza que essa impressão não é só minha e seria muita pretensão imaginar isso, mas como sempre, achei necessário expressar em palavras, palavras que não tocaram o ouvido de ninguem, mas tem a força necessária para tocar o coração.
De qualquer forma, essa é só uma idéia que me ocorreu, mas não é a verdadeira solidão.
Como meus textos anteriores já mostraram, passei por uma desilusão amorosa bem recente. Quando passamos por situações como essa chegamos bem perto do meu significado pessoal para a palavra "solidão", mas para conseguir compreender melhor essa idéia, é preciso entender porque a relação é tão importante.


Quando amamos alguém, tudo parece ter um outro brilho e uma outra importância. Um passeio no parque, uma ida ao shopping, uma cerveja com os amigos, um cinema, um jantar. É como se tudo estivesse onde devesse estar desde o principio. Essa é a idealização da relação perfeita, da alma gêmea, do amor verdadeiro (como queiram chamar) que nos é passada pela cultura, livros, filmes e nossas tradições. De onde surgiu essa idéia que o amor é o sentido da vida eu não sei precisar, questionar sua relevância ou utilidade para classes do passado também não é minha intensão.

Isso está dentro de cada um de nós e não será o uso da racionalidade que irá mudar tal fato. A verdade é que desejamos isso com todas as nossas forças, desejamos o amor verdadeiro das histórias, dos contos, dos filmes, sonhamos com elas sempre que estamos sozinhos. Quando encontramos isso, tudo parece fazer sentido pra nós, tudo fica transparente como a água. Eu perdi isso. Acontece e são fatos da vida. Mas tentando compreender como tudo ficou mais triste depois dessa perda, acabei tirando algumas conclusões.
É como se essa pessoa que me fez conhecer o amor fosse o elo com o mundo. Ela foi o gatilho potencializador de tudo que existia de bom. Não é curioso como um simples passeio no parque sozinho não significa nada, mas com seu amor ao lado, tudo fica mais bonito e tranquilo?
A solidão é isso. É perder esse elo com o mundo, é estar no meio de dezenas de pessoas e não se sentir parte daquela alegria, é ir a um show com milhares de pessoas e perceber que não tem ninguém do lado. Não estou sozinho agora, tenho amigos e amigas que me ajudam, me animam e me escutam, mas ainda não reencontrei meu lugar no mundo, ou seja, ainda estou solitário na busca do mundo que conheci e que não consegui mais alcançar. Não procuro um amor pra recomeçar, como diz a música, procuro, dentro de mim, o caminho para contruir meu próprio elo com o mundo e fazer parte dele. Esse foi o caminho para fugir da solidão. E estou conseguindo, devagar, mas sempre avançando.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Triste Realidade

O que é importante para nós?
Sei que o conceito de "importante" é subjetivo, varia de pessoa pra pessoa. Um carro é importante pra um, uma casa é importante pra outra, uma viagem ou um olhar. Isso sempre vai variar e é normal que seja assim.
Não significa que concorde com o que é importante pra você e nunca havia me preocupado com isso até perceber o que é importante para alguém que era tudo pra mim.

Depois de dois anos e meio de namoro, de relacionamento e de sonhos (agora sem sentido) guardei lembranças maravilhosas, acontecimentos únicos e que me marcaram muito, acontecimentos que me ajudaram a ser o que sou hoje. Sempre vou lembrar com carinho de cada viagem e cada pequeno gesto. Mas então porque o nome desse pequeno texto é "Triste Realidade"?
O triste foi descobrir que os mesmos dois anos e meio, que pra mim foram únicos e maravilhosos, não significam nada pra outra pessoa. Foi triste ver como o peso é diferente, como o valor é outro.
Quem já fez algo em que depositou todas as energias, todo o carinho, todo o amor, pensando apenas na outra pessoa e na alegria que ela teria e teve a sensação de que todo o trabalho feito, além de menosprezado foi ignorado, terá idéia da dor que se sente.

Pra mim foram os melhores anos da minha vida, onde me dediquei mais para agradar, para fazer feliz e para mostrar o quanto eu a amava. Foi triste perceber que para ela foram dois anos perdidos. Foi triste ver ela fugindo do meu campo de visão, evitando até um sorriso meio desconsertado (o que geralmente ocorre nessas situações).

Mas isso servirá para que esse período de transição seja superado com mais velocidade. As lembranças boas eu nunca vou esquecer, as sensações também não. Foram sentimentos bons que me foram apresentados e que tentarei reviver. Provavelmente não com ela, mas com outras pessoas que o destino (sim, eu acredito na visão romântica de que tudo na vida tem um motivo mais profundo) irá me apresentar.

De qualquer forma, é triste encarar a natureza fria da vida.

sábado, 11 de outubro de 2008

Desabafo do coração

SEMPRE AMAR, RESPEITAR, DAR CARINHO, MIMAR E FICAR JUNTO DO AMOR DA MINHA VIDA.

Esse era meu compromisso para com uma mulher, pra única que falei que amava.

Quando lia essas palavras minha mente viajava para o futuro, um futuro lindo, um futuro perfeito.
Imaginava ela entrando na igreja de branco, rindo, flutuando de alegria;
Imaginava ela em nossa lua de mel, feliz, sorrindo e curtindo cada segundo comigo;
Imaginava ela projetando, comprando e montando nossa casa, nossos móveis;
Imaginava nós dois fazendo um jantar simples mas cheio de carinho e amor;
Imaginava nós dois acordando em nossa cama, em nossa casa;
Imaginava ela me contanto que estava grávida de um menino;
Imaginava ela e suas, possiveis, vontades exóticas tipicas da gravidez;
Imaginava a barriga crescendo e nós dois curtindo essa fase juntos;
Imaginava levando ela ao hospital para o nascimento do nosso filho;
Imaginava a carinha dela ao ver a carinha do pequeno herdeiro;
Imaginava ela ninando o bebe;
Imaginava ela brincando com ele;
Imaginava nós dois, em pé, olhando para aquela "pessoazinha", para o resultado de nosso amor;
Imaginava ela me contanto sobre a princesinha que ela estava esperando;
Imaginava a alegria dela;
Imaginava cada pequena briga e cada reconciliação;
Imaginava todas as viagens que fariámos;
Imaginava nossa comemoração de bodas de prata;
Imaginava a comemoração do nosso primeiro neto;
Imaginava nossas bodas de ouro;
Imaginava nós dois, bem velhinhos, relembrando cada uma dessas etapas de nossa vida, satisfeitos com a história
que construimos, com a familia que criamos. Com a vida maravilhosa que passamos juntos.

Sonhos, sonhos lindos de uma vida linda e completa. Infelizmente os sonhos são apenas idéias, idealizações dos nossos mais profundos desejos e esperanças, é o que você gostaria que acontecesse, mas a realidade é dura e cruel. Os sonhos, raramente acontecem, raramente deixam o mundo da imaginação, raramente encontram lugar na realidade. O relacionamento que deveria ser eterno, não teve forças para completar sua terceira volta em torno do sol,
não conseguiu sobreviver ao seu terceiro inverno.

Meu coração que só tinha olhos para o futuro, contemplam o passado. Sentado em um pequeno barco em um rio em movimento contempla uma história que parou na margem. A cada metro navegado, sendo movido pela inexorável força da correteza, passo a compreender que essa mesma história que se afasta não pode mais me alcançar. Até chegar em uma fase que você não se preocupa mais na queda que tomou, só pensa no que fazer para se levantar.

Por enquanto, esse pequeno depoimento não terá fim, afinal, essa história ainda está em movimento e pode ter outros desdobramentos, mas para finalizar esse texto só consegui pensar nesse final: "..."